sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Manolo, me come!

As mãos tocando a coxa branca, o suspiro do gordinho. Lábios mordidos, quase sangrando, olhar embriagado de suco de goiaba. Na Praça da Catedral, o domingo ensolarado, famílias aproveitam o descanso sagrado. Lugar ideal do piquenique romântico.
Em cima da toalha verde com estampa do Batman, mortadela, geleia de morango e quatro pães. Manolo, saciado, tira do bolso o presente da amásia. O anel de prata que brilha feito diamante debaixo do sol: a economia mais sofrida da vida. Deixou os gibis de domingo, o fliperama do Avenida Center e não comprou raspadinha nem lanches no colégio.
Surpresa, Dulce agradece com o beijo mais molhado. Ao aproximar-se, Manolo contempla seus pequenos seios de bicos rosados, durinhos. E nem estava ventando, como pode?
Dulce sorri, dá uma cuspidinha no anel, que é logo guardado dentro da cestinha. O dedo de Manolo – ele jurara à atendente: “é o mesmo tamanho, tenho certeza” – não foi boa referência ao diâmetro do mimo. Antes de lançar um olhar furioso, um olhar que o amante precoce nunca mais esquecerá, Dulce abre um pouquinho mais as pernas: o enfarto do Manolo? Mãos atrapalhadas na massagem improvisada.
“Assim dói.”
Mais macia que o sofá da tia Lúcia, pensava o gordinho, cujos dedos desbravavam mais e mais centímetros na perna da garota.
Suavemente inclinada para trás, ainda sentada na grama, Dulce suspirava com os toques em seu corpo. Sentia todos os pelinhos loiros balançarem nos dedos roliços do namorado, três anos mais jovem. Ela com quinze anos neste janeiro; ele com doze apenas em dezembro.
Aproximou-se novamente, expondo os peitinhos rosados, sorrindo ao observar o olhar desnorteado à sua frente. Após o beijo, lambeu delicadamente a bochecha esquerda e seguiu com a língua até a pontinha da orelha. Lá, percorreu toda ela com a língua, enquanto Manolo se contorcia sem controlar o riso e o pequeno relevo em sua bermuda branca:
“Você é um tesão”, “Por que você não pára de olhar meus peitos, hem?”, “Manolo, me come?”
Não só sua orelha estava encharcada. Ela saiu dos braços do Manolo e, sorrindo, puxou a mão dele para baixo da sua saia jeans. Segurando firme, Dulce regia os movimentos que três dedos do Manolo faziam acima de sua calcinha. Olhava, despreocupada, a calçada e o time de futebol que jogava um pouco longe deles, camuflados nas sombras das pequenas árvores.
Dulce gemia, Manolo ofegante já coordenava os dedos sem o auxílio, “bem de levinho”, como ela mesma exigiu. Os olhos fechavam, abriam, ela tremia um pouquinho, cerrava os dentes nos lábios grossos, pôs a mão novamente na mão de Manolo, arranhou seus dedos, endureceu as duas pernas, que começaram a tremer.
“Ai, meu Deus!”, suspirou.
“Ai, ai, ai, Manolo!”
Quando ele achou que ela fosse desmaiar ou sofrer um ataque, Dulce sussurrou, saciada, uma jura de amor que leu numa embalagem de bala de morango. Ele estava assustado, a prova da paixão nos dedos da mão direita, úmida de suor, parcialmente dolorida: o gordinho mais feliz de Maringá.

14 comentários:

Anônimo disse...

Incrivel Gaioto, como vc consegue escrever um lixo desse? Ainda na praça da catedral? Onde estava a Guarda Municipal nessa hora? As Velhas taradas? As prostitutas que não sai dali? O Pipoqueiro? Cadê o Tizinho da guarapa? Você escreve um conto desse e esqueçe isso???

F@bio Xavier disse...

ahuhuahua
muito bom Gaioto muito bom

Flavia Bortolon disse...

seus personalgens e fatos so fazem sexo! ou tentam! porque nao muda a tematica!

Ana Cláudia Covo disse...

HAHHAHAHA alexandre que nojinho, pra praça da catedral?! da catedral?!
e concordo com a flávia, seus personagens só querem sexo!!!
HAUHAUHUAUHA

será que esse texto é auto biográfico! HAHAHAHA

mas, hey de concordar que vc escreve bem, apesar do tema ¬¬'

uma bjoca :*

Renatão disse...

Seus personagens só fazem sexo. E eu, aqui, me pergunto: o que mais essa gente deveria fazer?

Anônimo disse...

Pelo menos teve um final feliz e não trágico como em outros contos seus. A moça fez o Manolo ficar feliz!

Dunha - Londrina

Michel Queiroz disse...

é mole? é mole? é mole, mas sobe! hahahaha

Rejane disse...

É isso ai, fazendo ou tentando fazer o conto é ótimo, e vc escreve cada vez melhor...

Anônimo disse...

O tema eh muito interessante, tanto que por mais que sugiram mudanças leem até o fim.
Considerei o relato muito realista, também.
Parabéns!

Anônimo disse...

Você deveria esconder que é formado em letras e cursa jornalismo! É uma vergonha uma pessoa com formação escrever lixos desse tipo! Não entende nada mesmo de literatura! Que vergonha! Lamentável! Tá tentando dar um de Alvarez de Azevedo mas sem um pingo de vocação! Vai arrumar um emprego vai!

Luara Quaresma disse...

Musa gaucha, é? (:

Oun, voce é uma graça. E acho injusto toda vez que seus textos encontram o ponto final. Ler voce é algo que me faz pensar num mundo menos vazio. Apesar de não comentar com frequencia, por prefirir o silencio e uma indiferença disfarçada; pode ter certeza que acompanho cada suspiro ortografico seu.

Obg (:

Colher de Pau disse...

Gaioto... Escreve um livro ... Que eu compro ...!! Parabéns ... Tudu de BOM!

Anônimo disse...

ahuauhauha

muito bom velho!

o gordinho mais fliz de maringa!

Anônimo disse...

Esse pessoal que te critica só pode ter uma mente provinciana e retrógrada mesmo. Devem achar que estão no século XIX, onde falar de sexo é proibido. Ou não o fazem e por isso ficam assim "estressadinhos". Qual o problema de falar de sexo? Um ato natural do ser humano e de outras espécies. Faz bem em todos os sentidos, desde o psicológico até o físico; queima calorias, ativa a circulação, libera feromônios (essa é a forma correta, sem o R mesmo), aumenta a liberação de neurotransmissores do tipo dopa, inibe o ácido gama-aminobutírico, prevenindo dessa forma a manifestação de doenças do tipo degenerativas.
Esse conto poderia ter acontecido em qualquer lugar. Parabéns Gaioto mais uma vez por este belíssimo conto!

Ass: "só pra ficar de boa"