quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Entende?

Se eu disser a verdade
Tudo isso aqui é verdade
Você ficaria puta comigo?
De verdade mesmo?
Te afastaria para sempre
-ou pelo contrário
Mais próxima ainda debaixo da pele
Sem ter descanso nem como extirpar
É daqui desse silêncio
Dos porres
Não suporto suas ressacas
(você sempre diz)
Das noites
Que afogam o tédio
E dão vida
É esse cheiro
(que seu olfato ignora)
Dói o arrependimento não vivido
Sóbrio no retorno para casa
(não falta alguma coisa?)
No último verbo mais um conhaque
Bob Dylan com Stones
Que tal um baseado?
-por que não?
Porque basta porra
(você sempre diz)
As melhores coisas da vida
(respondo)
Fiz quando estava bêbado
As piores coisas da vida
Fiz quando estava bêbado
Até o momento
(uma pausa)
As melhores coisas da vida
Sem dúvida
Valeram todas as cachaças ainda não bebidas
Valeu acordar de porre no meio da rua no sábado de manhã
Caçar brigas com escrotos em repúblicas
(e não foi divertido?)
Ver seu próprio pau morto na cama sim
(isso me dá raiva)
-das mulheres que o Presidente me abateu
(Camila Angélica Sara e outra que não lembro o nome)
Então
Agora
De ressaca
Estou na sua frente
Você sente esse grito às dez da noite?
Como dizer?
Meu Deus
Entende?
Sou apenas eu

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Jessica

Aquilo que confunde o verbo
Desnorteia o raciocínio
Minha religião sem um Deus
Aquilo que mata
Cala
Enterra
Afoga
E dá vida
O assombro na mesa do Divina Dose
Nó de apertar forte o esôfago e doer
Seu silêncio não convence
Pede algazarra
Pede refrãos de Chico Buarque
Na maratona de porres pela madrugada
Sofro nas suas mãos
Gozo na sua boca
E morro nos seus braços