Lighia me conquistou recitando Baudelaire no original
-nunca gostei dessas atrizes que recitam poemas e choram e interpretam em dramas demais
Mas Lighia recitando no bar entre uma cerveja e outra
-não entendo coisa alguma de francês
Falava do seu pai poeta
-sem citar os versos dele
Da primeira aula de violão com o professor ensinando Paralamas
-embora ela quisesse mesmo era aprender Baden Powell
Quando notei ao meu lado a intensidade de Lighia
-antes do bar num concerto sentindo os acordes do Manuel de Falla
Alma absorta no duo de violões
-eu absorto na sua tristeza
Decidi a partir de hoje escrever todos os poemas para Lighia
sábado, 25 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Em você perdido
Não sei responder assim
De veio como quando
De onde surgiu
Aquela vontade de te
Assustou e te parei
No meio do bar tão
Em você perdido
Com o copo na mão
-primeiro a cerveja
Depois o vinho
Bêbado catatônico
Tro-
pe-
çan-
do
Em palavras vomitando
Frases um trecho desordenado da
Divina Comédia
Que você pediu e gostou Alexandre
Me repete essas palavras
Com prazer
Seria capaz de sabia passar uma vida
Na sua frente
Repetindo o mesmo trecho
Da Divina Comédia
Lendo cervejas
Bebendo Dante
Enquanto você fuma um baseado e suave acaricia
Seu cachorro Ringo debaixo de um pôster
Dos Beatles
Num momento estranho
Voltei a viver
-e gostei disso
De veio como quando
De onde surgiu
Aquela vontade de te
Assustou e te parei
No meio do bar tão
Em você perdido
Com o copo na mão
-primeiro a cerveja
Depois o vinho
Bêbado catatônico
Tro-
pe-
çan-
do
Em palavras vomitando
Frases um trecho desordenado da
Divina Comédia
Que você pediu e gostou Alexandre
Me repete essas palavras
Com prazer
Seria capaz de sabia passar uma vida
Na sua frente
Repetindo o mesmo trecho
Da Divina Comédia
Lendo cervejas
Bebendo Dante
Enquanto você fuma um baseado e suave acaricia
Seu cachorro Ringo debaixo de um pôster
Dos Beatles
Num momento estranho
Voltei a viver
-e gostei disso
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Pra Noêmia
Louca de pernas abertas
Bem molhadinha ele me deixou
Começava assim Marta me chamando pelo nome:
Noêmia
Fui despedido e caí na vida
Precisando comprar leite pão pros dois filhos
De costa com a família sem um centavo pra dívida
Enterrado pra sempre na miséria e azar?
Pensei que sim
Deus tinha então me abandonado
Ah cotovia no terror é tão triste lembrar o dia feliz
Na Vila Operária não me olhavam mais
O alvo favorito das mentiras do Tatá
Dedão na minha frente gritando ofensa e palavrão
Logo eu roubando dinheiro do caixa no karaokê?
Jurei em nome da mãe mostrei bolso debaixo do boné
-nem quiseram ver lugares íntimos
Te tiram a honestidade sem prova numa sexta qualquer
E pra sempre traidor até o fim dos dias
Verdade sim cotovia me envolvi em coisa ruim
Arrependido cada vez que deito a cabeça e durmo
Teve mesmo o lance do roubo no velho
Na mansão sem machucar ninguém
Pra pegar só um dinheiro de quem tem muito
Tudo isso com bebida sem dormir e maldito
Longe de ser perfeito
Ao seu lado morro de orgulho
-aqui ó a pontinha de vergonha da tua pureza
Todo meu carinho e agradecimento
Trabalhar no culto me deu uma coisa boa
Dentro fundo sabe como é?
Cotovia
Sou um homem só
Mas sou todo seu
-se quiser claro
Com carinho
Seu devoto
Manolo
Viu só Marta?
Que grandalhão assim te manda flor com carta no sábado?
Bem molhadinha ele me deixou
Começava assim Marta me chamando pelo nome:
Noêmia
Fui despedido e caí na vida
Precisando comprar leite pão pros dois filhos
De costa com a família sem um centavo pra dívida
Enterrado pra sempre na miséria e azar?
Pensei que sim
Deus tinha então me abandonado
Ah cotovia no terror é tão triste lembrar o dia feliz
Na Vila Operária não me olhavam mais
O alvo favorito das mentiras do Tatá
Dedão na minha frente gritando ofensa e palavrão
Logo eu roubando dinheiro do caixa no karaokê?
Jurei em nome da mãe mostrei bolso debaixo do boné
-nem quiseram ver lugares íntimos
Te tiram a honestidade sem prova numa sexta qualquer
E pra sempre traidor até o fim dos dias
Verdade sim cotovia me envolvi em coisa ruim
Arrependido cada vez que deito a cabeça e durmo
Teve mesmo o lance do roubo no velho
Na mansão sem machucar ninguém
Pra pegar só um dinheiro de quem tem muito
Tudo isso com bebida sem dormir e maldito
Longe de ser perfeito
Ao seu lado morro de orgulho
-aqui ó a pontinha de vergonha da tua pureza
Todo meu carinho e agradecimento
Trabalhar no culto me deu uma coisa boa
Dentro fundo sabe como é?
Cotovia
Sou um homem só
Mas sou todo seu
-se quiser claro
Com carinho
Seu devoto
Manolo
Viu só Marta?
Que grandalhão assim te manda flor com carta no sábado?
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