quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pra Noêmia

Louca de pernas abertas
Bem molhadinha ele me deixou
Começava assim Marta me chamando pelo nome:
Noêmia
Fui despedido e caí na vida
Precisando comprar leite pão pros dois filhos
De costa com a família sem um centavo pra dívida
Enterrado pra sempre na miséria e azar?
Pensei que sim
Deus tinha então me abandonado
Ah cotovia no terror é tão triste lembrar o dia feliz
Na Vila Operária não me olhavam mais
O alvo favorito das mentiras do Tatá
Dedão na minha frente gritando ofensa e palavrão
Logo eu roubando dinheiro do caixa no karaokê?
Jurei em nome da mãe mostrei bolso debaixo do boné
-nem quiseram ver lugares íntimos
Te tiram a honestidade sem prova numa sexta qualquer
E pra sempre traidor até o fim dos dias
Verdade sim cotovia me envolvi em coisa ruim
Arrependido cada vez que deito a cabeça e durmo
Teve mesmo o lance do roubo no velho
Na mansão sem machucar ninguém
Pra pegar só um dinheiro de quem tem muito
Tudo isso com bebida sem dormir e maldito
Longe de ser perfeito
Ao seu lado morro de orgulho
-aqui ó a pontinha de vergonha da tua pureza
Todo meu carinho e agradecimento
Trabalhar no culto me deu uma coisa boa
Dentro fundo sabe como é?
Cotovia
Sou um homem só
Mas sou todo seu
-se quiser claro
Com carinho
Seu devoto
Manolo
Viu só Marta?
Que grandalhão assim te manda flor com carta no sábado?