Na mesa desse restaurante
Tento não entediá-la demais entre
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Paella
E um Ramón Roqueta branco
Só para ler o silêncio em seu rosto
Busco no baú alguma coisa engraçada
-mas esqueço que há muito tempo deixei de ser engraçado
Falo do Bergman?
Lembro o murro que tomei bêbado num bar recentemente?
Menciono as experiências com heroína na faculdade?
Que traía minha ex-namorada com putas antes de encontrá-la?
Ou prometo um soneto um conto uma caricatura para ela?
Ela fala do cachorro que cava buracos imaginários pela casa
Fala do ex-namorado ciumento paranóico
Fala da mãe com saudades
-não sou filha ausente
Fala de um filme estoniano que me deixou curioso
Diz que vai parar de falar quando vier a paella
-não consigo falar e comer me desculpa?
O frio é covarde
Hesitamos em fumar lá fora
Aceso aqui dentro
Um cigarro queima o meu estômago e esôfago
Quero desembarcar nela
Se ela não perturbar minha solidão
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3 comentários:
Preciso de um botão de "like" para esse poema. Muito bom!
Adorei esses menos violentos.. rsrs
continua?
beijokas,
anah
um dos melhores,com certeza.
o título, a mescla da realidade, a última estrofe. muito bom! parabéns, gaioto!
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