quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Morrer ainda é cedo

Morrer querida ainda é cedo
Sem pressa para beber nossas frustrações
Numa só noite
Elas gritam muito mais
Em pequenas doses sabia?
O emprego que você não suporta
-mas precisa
Vamos brindar a ele querida
Ao derrame do meu pai
Paralisado com um sorriso débil
Morto-vivo
No rosto
Brindemos a ele querida
Vamos cuspir na cara deles
Se não nos deixam entrar
Negando oportunidades sem nos conhecer
São uns covardes
Escrotos
Um brinde aos medíocres em volta da gente vem
Ergue a taça comigo
Dança essa valsa
De onde vem essa valsa?
Pouco importa
Deixe que eu te levo
Meio bêbado
Confesso
Começo com os dois vinhos vazios
-Santa Helena
Do lençol bagunçado
O nascer do sol em São Paulo
Os cinco primeiros botões desabotoados
-da camisa que você me pediu ontem para dormir
Charme Chulo cantando no rádio
(“qualquer canção de boteco”)
Sobre as canções
Que combinam com o nosso amor
Você espreguiça ao meu lado
Pede um café
Em poucos minutos vamos disputar o caderno de cultura
(e eu sempre perco o jornal
perdido
beijando
cada estrela tatuada no seu pescoço)
Esses
Querida
São os melhores dias da minha vida

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