segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Passado

Vendo essas fotos antigas não entendo por que
A gente não deu certo se fomos felizes?
Ficamos bêbados quantas vezes no Democrático viajamos para Minas
Gerais onde você me apresentou seus tios avó sobrinhos padrasto
Menos seu pai que tanto queria infelizmente
Mas morto nas imagens não há um momento em que você não me aperta contra
O seu rosto enquanto esboça um sorriso
Temendo que minha língua engula de novo seu pescoço
Deixando marcas no meio da calçada na frente dos turistas da igreja
-você apontando para uma série de manchas negras em seu corpo
Rimos tanto de piadas nas madrugadas vimos filmes por que
A gente não deu certo se fomos felizes?
Não foram intensos todos aqueles momentos? forte
Te abraçando contra a parede sussurrando entre o vendedor de
Chicletes e uma velha de blusa vermelha eu quero tanto agora tirar a
Sua roupa lamber seus peitos bunda buceta
Deitados na cama em descanso do nada você me olhando
Caçar os versos de uma antiga edição do Gullar
(você sempre me olhava muda mas me olhava no fundo na alma)
E voltava ao seu lado para ler dois três poemas
Antes de tudo recomeçar bebíamos uns goles de cervejas que nunca acabavam
Não dava para encarar vinho naquele calor
Aprendi com o tempo a desconfiar do seu perfume
Compreendi que no fim a paixão não passa de um surto
Incontrolável é preciso evitá-la
-na pior das hipóteses dosá-la
Curar os sintomas com cuidado
Gota a gota    
Pode demorar um pouco
Mas chega mas passa
Igual a tudo na vida
Até esquecer
-de uma vez por todas
O número
Do telefone
Da casa dela

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